O avanço da tecnologia vem transformando a saúde pública no Brasil, tornando o atendimento mais rápido, acessível e integrado. Um exemplo é o do engenheiro Washington Bernardino, de Caruaru (PE), que após cirurgia no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), no Rio de Janeiro, passou a realizar seu acompanhamento médico por telemedicina, evitando longas viagens e ganhando qualidade de vida.

O projeto do Into tem como foco evitar deslocamentos de pacientes que vivem em regiões distantes ou de difícil acesso. Entre 2024 e 2025, já foram realizadas 70 teleconsultas, principalmente com moradores da Região Norte. Após a primeira avaliação presencial, os atendimentos seguintes podem ocorrer de forma virtual, com segurança e redução de custos para o SUS e para os pacientes.

Outra inovação marcante é o prontuário eletrônico unificado, lançado em 2023, que permite o acesso ao histórico médico do paciente em qualquer unidade do país. Hoje, mais de 55 mil unidades de saúde estão conectadas à Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), e 1,4 milhão de profissionais têm acesso ao sistema. Essa integração garante a continuidade do cuidado, mesmo quando o paciente é atendido em cidades diferentes.

O aplicativo Meu SUS Digital, evolução do Conecte SUS, já foi baixado quase 59 milhões de vezes e permite que qualquer cidadão acompanhe vacinas, exames e receitas pelo celular. Em Minas Gerais, a rede hospitalar Fhemig também digitalizou solicitações de documentos médicos, como prontuários e sumários de alta, evitando que pacientes precisem se deslocar até o hospital.

A inteligência artificial começa a ganhar espaço no SUS, com projetos para agilizar compras públicas de medicamentos, detectar fraudes e até desenvolver um “prontuário falado”. Para especialistas, essas ferramentas tornam o atendimento mais eficiente, reduzem erros médicos e permitem diagnósticos mais precoces, reforçando que a tecnologia não afasta o paciente do médico — pelo contrário, ajuda a humanizar o cuidado.