


Relações Internacionais
junho 17, 2025
O governo do Reino Unido anunciou um investimento histórico de £3 bilhões para a criação de 120 mil vagas em programas de capacitação profissional. A medida tem como foco principal formar trabalhadores britânicos em áreas como construção, saúde, engenharia e tecnologia, com o objetivo de reduzir a necessidade de contratar estrangeiros.
Esse investimento será financiado, em parte, pelo aumento de 32% no encargo pago por empresas que contratam trabalhadores de fora do país, o chamado Immigration Skills Charge. A expectativa do governo é que essa nova arrecadação gere pelo menos 45 mil vagas adicionais de formação.
A decisão acontece em um momento de forte pressão política. O avanço do partido Reform UK, conhecido por sua posição mais rígida contra a imigração, levou o primeiro-ministro Keir Starmer a declarar o fim da “experiência de fronteiras abertas”. Além disso, o país enfrenta uma taxa elevada de inatividade entre adultos em idade ativa. Cerca de 21% estão fora do mercado de trabalho.
Especialistas apontam que essa estratégia traz vantagens e desafios. Por um lado, investir na força de trabalho local pode fortalecer a economia no longo prazo e aliviar pressões sobre o sistema migratório. Por outro lado, representantes do setor produtivo alertam que o país ainda depende fortemente de imigrantes, especialmente em áreas onde há escassez de profissionais. O tempo necessário para qualificar novos trabalhadores pode gerar lacunas no curto prazo.
Essa mudança também deve impactar estrangeiros que estudam ou trabalham no Reino Unido, já que as regras para obtenção de vistos podem se tornar mais rígidas. Pessoas interessadas em migrar para o país devem acompanhar de perto os próximos desdobramentos e possíveis alterações nos critérios de entrada.
O Reino Unido inicia assim uma nova fase em sua política de emprego e imigração. A longo prazo, o sucesso da medida vai depender da capacidade de absorver os trabalhadores formados e de reduzir, de fato, a dependência da mão de obra estrangeira, sem comprometer setores essenciais da economia.