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setembro 19, 2025
A União Europeia vive em 2025 o ano mais devastador de sua história em relação a incêndios florestais. Segundo dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS), já são 1.028.000 hectares consumidos pelas chamas, número superior ao recorde de 2017, quando foram atingidos cerca de 998 mil hectares. Para se ter uma ideia da dimensão, a área destruída equivale a todo o território de Chipre.
Os países mais atingidos foram Espanha e Portugal, que juntos concentram cerca de dois terços da área queimada. A situação foi agravada por uma intensa onda de calor que durou 16 dias, entre 5 e 19 de agosto, especialmente na Península Ibérica. Nesse período, os focos de incêndio se multiplicaram rapidamente.
Na Espanha, a região de Castela e Leão registrava até o dia 26 de agosto dez incêndios ativos, que levaram à evacuação de aproximadamente 700 pessoas. Havia ainda focos na Galícia e nas Astúrias, no norte do país. Em Portugal, as temperaturas mais amenas ajudaram no combate às chamas, mas não evitaram a tragédia: o fogo em Piódão durou 12 dias e destruiu mais de 60 mil hectares, tornando-se o maior incêndio já registrado no território português.
Além das perdas humanas — com ao menos oito mortes confirmadas — e do impacto direto sobre comunidades, estradas e ferrovias, os incêndios trazem consequências graves para o clima. Somente em 2025, já foram emitidas 38 milhões de toneladas de dióxido de carbono, superando qualquer outro ano no mesmo período. O recorde anual até hoje foi de 41 milhões, número que pode ser ultrapassado ainda este ano.
Especialistas alertam que as mudanças climáticas estão intensificando a frequência e a gravidade dos incêndios florestais, assim como das ondas de calor e secas. Mesmo com medidas preventivas, como a limpeza de áreas com vegetação seca, o combate às chamas se torna cada vez mais difícil.