No sul da Espanha, a paisagem árida da região de Almería ganhou um apelido curioso: “Mar de Plástico”. O nome faz referência à imensa área coberta por estufas agrícolas, visível até mesmo do espaço, que transformou uma das zonas mais secas do país em uma das maiores produtoras de frutas e hortaliças da Europa.

Essas estufas abastecem mercados de diversos países, garantindo tomates, pimentões, pepinos e outros alimentos frescos durante todo o ano. O sistema de cultivo em larga escala tornou a região estratégica para a segurança alimentar do continente, a ponto de ser chamada de “horta da Europa”.

Mas, junto aos benefícios, surgem também desafios e críticas. Ambientalistas alertam para o consumo excessivo de água em uma área naturalmente seca, além do impacto do plástico utilizado nas coberturas. Questões trabalhistas também estão em pauta, já que parte da mão de obra é composta por imigrantes em condições precárias.

Ainda assim, o modelo de produção em Almería mostra como a tecnologia agrícola pode transformar regiões inóspitas em polos produtivos — ao mesmo tempo em que levanta discussões urgentes sobre sustentabilidade e responsabilidade social.