


O que acontece no Brasil
agosto 28, 2025
A expansão da agricultura na Amazônia, impulsionada pelo uso intensivo de fertilizantes químicos, está em choque com as políticas e esforços de conservação da região. Projetos de mineração de potássio, como os desenvolvidos pela Potássio do Brasil, têm sido associados a casos de grilagem de terras, invasões de áreas indígenas e impactos severos sobre ecossistemas estratégicos — além de favorecer a atuação de redes criminosas ligadas ao território.
Pesquisas mostram que culturas agrícolas na região absorvem até 80 kg de nitrogênio por hectare, mas o excesso permanece no solo, que pode reter fertilizantes até seis metros de profundidade. Esse acúmulo representa um perigo significativo: contaminantes podem migrar para rios e igarapés, afetando a biodiversidade aquática e contribuindo para mudanças climáticas.
O licenciamento ambiental do setor também enfrenta controvérsias. Órgãos estaduais, como o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), têm emitido licenças que especialistas afirmam ser de competência federal, gerando questionamentos sobre a legalidade e a abrangência das aprovações. A atuação do Ibama, por sua vez, é alvo de críticas devido à ausência de fiscalização efetiva, especialmente em terras indígenas em processo de demarcação.
Para especialistas em meio ambiente, o cenário atual expõe uma contradição: enquanto o país se compromete com metas globais de preservação, cresce a pressão de setores econômicos que avançam sobre áreas de alto valor ecológico. O desafio é encontrar um equilíbrio entre produção agrícola, mineração e proteção da Amazônia — antes que danos irreversíveis comprometam a região.