


O que acontece no Brasil
agosto 29, 2025
O Brasil acaba de inaugurar, em Curitiba (PR), a maior biofábrica do mundo dedicada ao combate de doenças como dengue, zika e chikungunya. A unidade, chamada Wolbito do Brasil, foi criada pelo Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) em parceria com o World Mosquito Program (WMP).
O objetivo é inovador: produzir mosquitos Aedes aegypti que carregam a bactéria Wolbachia, capaz de impedir que eles transmitam os vírus dessas doenças. Em vez de eliminar os mosquitos, a estratégia é modificar de forma natural a população local, tornando-a inofensiva para a saúde pública.
Com capacidade de produção de até 100 milhões de ovos por semana, a biofábrica vai atender inicialmente ao Ministério da Saúde, que seleciona as cidades onde os mosquitos serão liberados de acordo com índices de incidência das doenças.
A tecnologia começou a ser testada no Brasil em 2014, no Rio de Janeiro e em Niterói, e hoje está presente em cidades como Londrina, Foz do Iguaçu, Joinville, Belo Horizonte e Campo Grande. Novos municípios, como Blumenau, Brasília, Luziânia e Valparaíso de Goiás, devem receber a iniciativa em breve.
O método não utiliza organismos geneticamente modificados. Os mosquitos com Wolbachia se reproduzem com a população local, passando naturalmente a bactéria às próximas gerações. Essa solução é complementar às medidas tradicionais de combate aos criadouros, que continuam essenciais para o controle das doenças.
Segundo a Fiocruz, cada real investido nessa tecnologia pode gerar uma economia de até R$ 549 em custos com medicamentos, internações e tratamentos, tornando a iniciativa não apenas eficaz para a saúde, mas também economicamente vantajosa.